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sábado, 30 de abril de 2011

Na estufa fria

O plano para este sábado era ir conhecer a calçada de Santana onde parece que nasceu Amália Rodrigues e morreu Luís de Camões. Infelizmente a chuva não facilita muito a fotografia e o mau tempo que regressou no fim da semana fez-me procurar uma alternativa mais abrigada. Resolvi ir até à Estufa Fria, no Parque Eduardo VII, que reabriu esta semana depois de um ano e meio em obras de recuperação.



As obras, que estão explicadas num enorme cartaz à entrada, não alteraram a estufa em nada de relevante. Ou pelo menos em nada de relevante em relação à estufa que tinha na memória e que já tem uns bons anos. Já agora, porque é que os autarcas fazem sempre questão de anunciar em parangonas as obras que promovem? Parecem as crianças pequenas a chamar a atenção dos pais exibindo as gracinhas que vão aprendendo. Mas as crianças têm graça – o que não é tão engraçado é ver um autarca gastar o nosso dinheiro para dizer “olha eleitor, tapei este buraco, gostas?”.




A estufa estava quase deserta àquela hora da manhã e, ao contrário da chuva, a tranquilidade é amiga da fotografia. Andei por ali a aproveitar aquela paz verde só ocasionalmente atravessada por um ou outro turista.



O espaço está dividido em três blocos: para além da estufa fria propriamente dita, onde estão as plantas das zonas húmidas, há a Nave – um edifício coberto usado para exposições ou pequenas feiras e que ainda não foi recuperado, a estufa quente onde estão as plantas das regiões mais quentes e secas do planeta que inclui a chamada estufa doce onde predominam os cactos. Voltando um pouco ao tema da publicidade, está no interior da estufa fria uma pequena lápide, datada de 1973, onde foi gravada uma lista de nomes dos funcionários camarários que lá trabalharam. Um simples e, por isso mesmo, bonito gesto de reconhecimento que suplanta o espalhafato do inútil cartaz de que atrás falei.





Claro que este é um sítio feito para os amantes das plantas mas onde o entusiasta da fotografia se pode encantar e perder por detalhes como gotas de água numa planta, uma aranha ainda adormecida no centro da sua teia, a forma quase alienígena de uma raiz ou uma família numerosa de patos azafamada a circular às voltas num pequeno lago.






A estufa não é muito grande e saí dali ainda com tempo para dar um salto até à Feira do Livro mas a chuva depressa me demoveu dessa intenção, dando ali por terminado o passeio e ansiando por um fim-de-semana que traga de volta a Lisboa o sol que dela se tem arredado.


domingo, 24 de abril de 2011

De Belém a Alcântara

O passeio de ontem à tarde foi por Belém, uma das minhas zonas favoritas da cidade. O dia chuvoso esteve quase a estragar o programa, mas o final da tarde brindou-nos com um sol glorioso e uns vinte e dois graus centígrados ideais para qualquer passeio a pé. O meu começou no Restelo e, apesar de ter estado tentada a dedicar as horas que tinha aos grandes monumentos da zona, decidi-me pelo lado contrário desta zona da cidade. Assim, entrando em Belém pela Rua dos Jerónimos, deparei-me com um antigo eléctrico parado no meio do passeio, como se ali tivesse descarrilado e sido esquecido para todo o sempre. Já o velho quinze vai e vem, sempre em movimento, sempre em labor, sempre cheio de turistas, invariavelmente conduzido por mulheres. Pelo menos ontem.


Apesar dos vários apelativos da Rua de Belém, tenho um fascínio especial pela Rua Vieira Portuense, pelos seus prédios sobreviventes ao Grande Terramoto, pelas esplanadas e pela vista para o parque. Nos seus passeios, no relvado e em todo o lado, ouvia-se sobretudo falar espanhol e português do Brasil, mas via-se também britânicos e holandeses a disfrutar o sol deitados na relva, tal como fazem sempre que este brilha nas suas cidades chuvosas.


De volta à Rua de Belém, retrocedi um pouco para comprar uns pastéis, sobremesa prometida para o jantar dessa noite.


A minha aversão à confusão e a multidões faz com que raramente me encontrem nos Pastéis de Belém a um fim-de-semana, por isso não sei se o que vi ontem é ou não normal. O que é certo é que a fila à porta era quase infinita, afastando da minha mente a ideia de os comprar ao balcão. Lá dentro, o mar de pessoas que esperava para se sentar era imenso, mas ainda assim o plano de tomar um café, comer um pastel e comprar os restantes revelou-se bastante inteligente. Deu para assistir à chico-espertice de um grupo de italianos a ignorar a fila, a sentar-se à má-fila e a fingir que não entendia o empregado que defendia os outros clientes como um cão de fila. E, é claro, comer um (dois) pastel, bem quente, ainda a fumegar, exactamente como gosto deles.


Os pastéis deram-me alento para fazer a caminhada que se tinha entretanto desenhado na minha mente: atravessar a Rua da Junqueira de lés-a-lés e parar apenas em Alcântara. Tal como tantas outras, esta zona de Lisboa tem casas magníficas, algumas muito bem recuperadas como esta que alberga outra das pastelarias famosas da cidade. 


Subi um pouco da Calçada da Ajuda e decidi seguir pela Rua do Embaixador. Como tenho vindo a referir, gosto particularmente das ruas com menos gente, onde conseguimos distinguir as cenas do dia-a-dia da nossa cidade. A nossa geração pouco liga aos vizinhos, mas para gerações mais antigas este relacionamento é vital, como sempre foi: os laços criados entre a vizinhança permitiram sempre recriar um pouco o ambiente das bem amadas e tão distantes aldeias do Portugal mais ou menos profundo, que as famílias deixavam para trás em busca de uma vida melhor na capital. As crianças de então que são os avós de agora brincavam nestas mesmas ruas e as suas mães partilhavam mágoas, tristezas e problemas de janela para janela. É esta relação que salva nos dias de hoje a maioria dos nossos idosos, que vivem sozinhos nas grandes cidades e que ainda em muitos casos, pelo menos em Lisboa, têm a salvaguarda de uma vizinha que se preocupa se não os vê nas suas rotinas habituais, que lhes bate à porta para saber se estão bem, que os ajuda com as compras da mercearia ou os socorre em caso de necessidade. É por isso que cenas como as desta senhora a conversar com a sua vizinha, espreitando para a sua casa, partilhando as memórias de outrora ou os acontecimentos do dia, são daquelas que não consigo deixar de registar e que me deixam sempre alguma tristeza, por saber que desaparecerão em breve.
 

Ainda na Rua do Embaixador descobri esta capela. A porta entreaberta ainda me chamou, mas a visita ficará para outro dia. Entrei então na Rua da Junqueira repleta de prédios magníficos, pequenos e grandes palácios e esta bela fonte, de cuja existência já não me lembrava.


Esta rua poderia ser uma das mais bonitas ruas de Lisboa, não fosse a maioria dos seus palácios estar a degradar-se ou mesmo ao abandono como este, perto da Calçada da Boa-Hora, com o jardim transformado em selva, as varandas e guaridas comidas pela ferrugem e a sua beleza marcada por grafitis feios e selvagens que nada têm a ver com tantos outros que aqui temos registado.


No entanto, mesmo com sinais de clara degradação, conseguimos ver edifícios de uma beleza extraordinária...

  
É nesta zona que a Rua da Junqueira deixa ver por entre as casas o traçado da Ponte 25 de Abril, que ali ao lado, na Avenida da Índia, se nos impõe na sua grandeza. Não pude deixar de fazer um desvio ao parque de estacionamento do Centro de Congressos, onde somos brindados com esta imagem.


Voltando à Junqueira, e já debaixo dos pilares terrestres da ponte, está o Museu da Carris, onde pude ver todos estes eléctricos e apreciar o emaranhado de cabos e fios que rasga os céus naquela parte da rua.


Terminei o meu passeio fotográfico no Calvário, chegando assim a Alcântara, perto de onde a minha boleia me aguardava. A mim e aos Pastéis de Belém que partilharam comigo mais este passeio por Lisboa.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Alfama pela manhã


- Bom dia. Posso tirar fotografias? – Disse eu ao entrar na loja de conservas.


A senhora da loja saiu do pequeno escritório atrás do balcão, olhou para mim e, ainda meio hesitante, anuiu ao meu pedido.


- A loja é muito antiga? – Perguntei, enquanto fotografava, por estranhar o ar muito cuidado do recheio da loja que contrasta com a rustiquez das paredes.


- Se achar que oitenta anos é ser antigo… - respondeu-me a senhora num tom pouco paciente.


- O senhor se calhar não sabe o que está a fotografar…


- Não – respondi. Aqui fui eu que hesitei. A resposta óbvia – uma loja de conservas – não me pareceu adequada. Escolhi a deixa que julguei ser a que a senhora procurava para me contar um pouco da história daquele sítio. Enganei-me.


- Se calhar já chega de fotografias… - rematou a senhora, arrumando ali as minhas esperanças. Agradeci e fui-me embora.


Foi assim que começou o meu passeio na manhã do último sábado. A loja é a Conserveira de Lisboa, está na Rua dos Bacalhoeiros desde 1930 e é imperdível. Tem conservas de peixes e mariscos, expostas de forma irrepreensível em prateleiras e balcões à antiga. E até aposto que o atendimento é simpático e competente. O que aconteceu comigo foi incidental e, bem vistas as coisas, eu não era um cliente.




Na verdade o passeio começou um bocado antes, no Terreiro do Paço, com o pequeno-almoço no Martinho da Arcada. Um dos poucos vícios burgueses que tenho é gostar de comer fora a primeira refeição do dia e ter a oportunidade de o fazer por baixo daquelas arcadas, quando Lisboa começa a acordar, não se deve desperdiçar.



Depois de sair da Conserveira segui a Rua dos Bacalhoeiros com a intenção de ir até ao seu final, ao encontro da Rua da Alfândega e em direcção a Santa Apolónia, pela zona ribeirinha. Esse plano foi completamente alterado quando me deparei com um arco escuro a que decidiram chamar, e bem, Arco Escuro e que nos conduz ao beco com o mesmo nome.


A partir daí embrenhei-me no sossego das ruas que me conduziram até à Sé – As escadinhas das Portas do Mar, a Rua das Canastras, a Rua Afonso de Albuquerque e a Travessa do Almargem que se sobe para chegar às Cruzes da Sé. Andei por ali a fotografar as laranjeiras que ornamentam a calçada junto à Sé, até perto do Beco da Caridade. Aí voltei para trás, apanhando a Rua de S. João da Praça para entrar na terra do fado, Alfama. A marcar a fronteira de entrada nessa terra está uma inesperada conquista – um placar numa parede do Largo do Marquês do Lavradio a anunciar uma casa de Fado chamada Marquês da Sé – casa onde há muitas luas se podiam ouvir bandas de música pop e rock que davam os primeiros passos.


Na travessa do Chafariz de El-Rei deixaram-me fotografar um cantinho de uma outra casa de fado que há por ali e que acabava de abrir porque “ontem fechámos às três da manhã”.



Continuei a descer pela Rua da Judiaria até ao Arco do Rosário onde está a restaurada Fonte do Poeta. Na parede à esquerda da fonte está gravado um poema de António Boto que acaba assim:


Anoiteceu. Ninguém só a voz dela


Só essa voz…ao longe num desmaio


O timbre vivo e pálido de um grito


Levantei-me. Deixei-a. Tristemente


Acendeu-se uma estrela no infinito.


Estar naquele beco, só eu e a força deste poema, é uma daquelas situações que melhor exprimem o prazer que retiro destes pequenos passeios solitários e que não é fácil explicar. Imagino que seja uma coisa parecida com o que se retira do ioga ou da meditação – algo que devolve a quem o pratica um bocado do equilíbrio que a rotina vai roubando.



O meu caminho continuou em direcção à Rua de S. Miguel que vai dar à igreja desse santo e que fica no largo também de S. Miguel, tal como as escadinhas onde comecei a minha subida em direcção às Portas do Sol onde não cheguei, tendo começado a minha descida junto ao pequeníssimo jardim de Sta. Helena.


Neste percurso encontrei uma verdadeira aldeia dentro da cidade, onde as pessoas se conhecem, onde as portas estão abertas, onde não passam carros, onde sai música (fado, claro) das janelas das casas, onde estão velhotas sentadas e que me dão os bons dias quando passo. Há lavadouros públicos, no Pátio do Prior, associações de locais como a centenária Sociedade da Boa-União, fundada no primeiro de Janeiro de 1870 (uma das melhores decisões de ano novo alguma vez tomada – e concretizada) e balneários públicos, já perto da Rua de S. Miguel que reencontrei quase no fim da minha descida.



A Rua da Regueira levou-me até ao fim da descida ou seja, até ao Largo do Chafariz de Dentro, onde está o Museu do Fado. A partir daí segui paralelamente ao rio de em direcção ao Terreiro do Paço que agora estava sob uma luz mais pálida, efeito das nuvens que tinham decidido, entretanto, aparecer.


Já no carro, ainda tive oportunidade de atrapalhar o trânsito na Rua do Instituto Virgílio Machado. Não pude deixar de parar para fotografar uma homenagem a Saramago que alguém decidiu pintar numa parede. Antes de regressar ao sítio onde me esperavam.


sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Avenida do suicida

A Almirante Reis será seguramente uma das mais longas artérias de Lisboa. Ao longo dos seus quase quatro quilómetros, se incluirmos a Rua da Palma, o seu estranho apêndice, conseguem observar-se, sem grande esforço nem dotes de perspicácia, as marcas da história da cidade no último século.


Começa no que já foi a Praça do Areeiro e que agora se chama Sá Carneiro, numa decisão que parece ter querido esconder a vergonha que sentimos pelo tratamento que foi dado à sua morte pelo nosso sistema judicial, compensando-o ao rebaptizar esta importante praça da capital com o nome de um homem que, bem vistas as coisas, teve uma importância muito relativa numa história de quase novecentos anos. Bom, num país que li algures ter inventado o minuto de silêncio – a mais bonita homenagem aos que nos deixam – o melhor que se conseguiu foi, para além da invocação toponímica, aplicar uma reprodução em tamanho extra-largo da cabeça do homem a olhar precisamente para a Almirante Reis.


O princípio da Almirante Reis (tal como a praça Sá Carneiro) é dominado por edifícios ao estilo da arquitectura do Estado Novo, com fachadas austeras, rectilíneas e fortes, numa dimensão que parece querer mostrar ao indivíduo a sua pequenez face ao desígnio comum – a nação, a raça ou qualquer outra das tretas que então queriam fazer as pessoas engolir. Não gosto muito mas tem vantagens, associadas à sensação de ordem e de espaço, que não encontramos em zonas mais caóticas e quase claustrofóbicas da cidade, e mais bonitas por isso mesmo, como a Mouraria ou o Bairro Alto.


Nas primeiras horas de uma manhã de sábado, o trânsito quase não existe. Vêem-se por aqui sobretudo velhotes à espera. Esperam autocarros, esperam às mesas dos cafés e à porta das lojas enquanto trocam dois dedos de conversa. Também há os que aproveitam os poucos raios de sol para brincar com os netos no pequeno jardim da Praça João do Rio.


O domínio da arquitectura do velho regime tem o seu apogeu na Alameda D. Afonso Henriques. Dominada pelos estranhos paralelepípedos envidraçados do Técnico, a Alameda testemunhou alguns dos mais quentes e decisivos episódios da história recente do país mas também alguns dos acontecimentos menos relevantes. É que foi por ali que nasci, num edifício que já não consigo identificar.


Para além de mim, nasceu lá o meu irmão e também alguns dos nossos primos. A família, que não é pequena, tinha o hábito de se juntar fosse qual fosse o pretexto e essa união (que nós, os que nascemos na Alameda, não soubemos cultivar com a mesma intensidade) também se fazia notar no sítio que escolhiam para trazer as crianças ao mundo.


A esquina do antigo cinema Império trouxe-me de volta à Almirante Reis, que aqui começa a ter ares menos salazarentos, mas antes disso só mais uma coisa sobre o Império: foi aqui que vi o filme do Super-Homem, tinha eu mais ou menos a idade que a minha filha tem agora. Lamentavelmente, o Império já não passa filmes como antes mas parece que ainda é palco de proezas tão sobre-humanas e irreais como as do homem de aço num fim que deve envergonhar aquela fachada forte e poderosa. A mim envergonha-me.


A partir daqui a Avenida evoca aspectos mais democráticos da nossa história. Apesar da renovação que se vem fazendo sentir, ainda se podem ver algumas lembranças do tempo em que a República dava os seus primeiros passos, sendo o mais evidente o painel na fachada da Portugália, reduzida à cervejaria propriamente dita agora que as ruínas da fábrica foram derrubadas contra a promessa da construção de habitação a preços acessíveis para jovens famílias. Eu não acredito, mas dou-lhes o benefício da dúvida.



A partir da Praça do Chile, onde impera a estátua de Fernão de Magalhães, e em direcção à igreja dos Anjos sobressai o carácter mais cosmopolita, que Lisboa sempre teve, nas feições orientais que comigo se cruzam na calçada, no português transatlântico que se ouve e no comércio de orientação étnica que aparece aqui e ali.


À porta, a Igreja dos Anjos anuncia ter o seu interior reconstruído de forma exactamente igual à anterior que foi destruída por um incêndio no início do século XX. Não tirei fotografias (apesar de ateu, tenho um pudor inexplicável que me impede de tirar fotos no interior de templos sem pelo menos ver alguém a fazê-lo, mesmo sabendo que já fiz o suficiente para não me escapar ao lado mais quentinho da eternidade). Peço desculpa pela ego-trip e sigo adiante para acrescentar que a igreja é magnífica, completamente decorada com talha dourada e que me pareceu estar num excelente estado de conservação.


A riqueza do interior da igreja contrasta com o que se passa à sua volta. Vêem-se pessoas sentadas nas escadas a comer em recipientes de plástico, outras a jogar às cartas na tampa de um caixote do lixo e, mais afastados, alguns em actividades que não consegui perceber mas que fizeram por disfarçar quando me viam aproximar. A razão para esta atípica concentração de pessoas só me foi explicada mais tarde quando me disseram que do outro lado da rua fica a sopa dos pobres.


Só saí da Almirante Reis ao desviar para o largo do Intendente, sítio estranhamente pacato, onde se podem observar os painéis de azulejo da loja de loiça da centenária fábrica da família Lamego. Os velhotes que habitam os prédios mais ou menos decadentes enganam a solidão assomando-se à janela. Ainda espreitei para a Rua do Benformoso mas a fama da zona, o aspecto geral do que lá se passava e o facto de andar com uma máquina que me custou mais que o salário mínimo nacional fez-me recear a incursão. Voltei à Almirante Reis, que a partir daqui se chama Rua da Palma e desci até ao Martim Moniz para umas compras (a desculpa que me levou ali) e apanhei o Metro de regresso ao Areeiro.


Só mais um parágrafo para contar o que descobri sobre o Almirante Reis. Foi um combatente anti-monárquico, homem mais de acção do que de palavras e que participou em várias revoltas republicanas. Na última, a que foi bem sucedida, foi levado ao desespero por más notícias sobre a evolução dos acontecimentos tendo-se suicidado, o que o impediu de assistir ao fim da monarquia contra a qual lutou durante uma boa parte da sua vida.


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