Há muito tempo que a minha filha me pedia para irmos a Santa Justa. Há muito tempo que me pedia para andarmos nos autocarros de primeiro andar que circulam por Lisboa. No último dia de férias, fiz-lhe a vontade.
Inaugurado no início do século vinte, liga a Rua do Ouro à Rua do Carmo. Entrar na cabine do elevador é andar mais de um século para trás. No melhor dos sentidos, claro. Sair dela é ser abraçado pela Baixa. Pelo Rossio. Sobretudo, pelo Convento do Carmo.
Mas a ida ao elevador só vale quando se vai ao terraço. Quando, no meu caso, se enfrenta um pavor imenso de altura e se sobe estreitas escadas em caracol onde o que apenas nos separa do vazio é uma rede e uma estrutura metálica. Quando, por isso, se espera uma recompensa.
E que recompensa! É esta que vos deixo...